Esse é meu primeiro post no blog. Não sei direito como começar, então vamos começar pelo parto. Qualquer coisa eu volto pra gravidez depois. rsrs
Já estava com 39 semanas e 6 dias e cadê do João Pedro nascer? O médico resolveu fazer descolamento de placenta. Pense num negócio horrível! Dói, dói muito. Ele chega como se fosse fazer o toque, mas literalmente descola a placenta com o dedo(!!!). Se o trabalho de parto não começasse depois disso, iríamos fazer cesárea. Mas o trabalho de parto começou. Começou às 21h, como cólicas e essas cólicas aumentavam cada vez mais. Não dava pra dormir, então passei a noite em claro. Às 6 da manhã eram contrações. E eu só sabia que eram contrações por causa do instinto materno. Acredite, a gente sabe quando nosso filho vai nascer. Quando meu marido acordou eu disse: Nosso filho nasce hoje. E fomos para o que seria minha última ultrassom.
Desde antes de engravidar eu dizia que queria o parto normal. "Ah, a dor é só na hora. Saiu, acabou", "a recuperação é mais rápida", "tenho medo de agulha, de corte, de pontos, de ficar internada", "é melhor pro bebê, ele nasce na hora que ele quer". Esses eram meus pensamentos até a hora em que o médico disse que o bebê estava com 3,953 kg. Sim, meu bebê tinha quase 4 kg, o perímetro cefálico tinha 9,7cm, estava encaixado e pronto pra nascer. O João Pedro era grande e não ia conseguir nascer de parto normal.
Dali fui direto pro hospital, onde o médico fez o toque, e o eletro no bebê e constatou que eu realmente estava tendo contrações, mas estava só com 1 cm de dilatação. Poderia nascer em 2 horas ou em 2 dias (ou mais). Começou então minha peregrinação. Eu não tinha plano de saúde, então tudo seria feito pelo SUS. O problema é que o médico de plantão da minha cidade não me passava confiança; ele tinha fama de tentar o parto normal até o bebê entrar em sofrimento. Eu não queria meu bebê entrando em sofrimento de jeito nenhum. Então fui pra Maternidade de Campinas. Como ainda não estava na hora, me mandaram de volta pra casa e disseram que eu teria que ter meu filho aqui, em Cosmópolis mesmo. Claaaaaaaaro que eu não desisti. Era a vida do meu filho que estava em jogo e eu não ia deixar ele correr nenhum risco. Fui pra casa e esperei pacientemente até 18h, quando as contrações (terríveis) aconteciam a cada 5 minutos. Resolvemos ir pra Artur Nogueira, que é aqui ao lado e tem uma boa maternidade, mas o médico se recusou a fazer o parto por eu ser de outra cidade, apesar de eu estar em trabalho de parto ativo.
Lá fui eu pra Campinas de novo. Cheguei com contrações a cada 3 minutos e quase 5 cm de dilatação. Meu filho ia nascer durante a madrugada. Eu estava com exatas 40 semanas de gestação. Quando falei pro médico o peso do João Pedro, ele nem disse nada. Eu só sabia que seria internada, até que enfim. A essa altura já era por volta de 23h. Já tinham sido mais de 24 horas de dor.
Coloquei aquela camisolinha linda - só que não - a enfermeira me deu o braço e eu resolvi perguntar se seria parto normal ou cesárea.
Era cesárea.
Eu gelei! Meu pavor de cesárea, de agulha, de corte, de pontos gritou. Mas logo em seguida veio outra contração e eu desejei com todas as minhas forças que alguém tirasse aquele neném de dentro de mim o mais rápido possível. Não vi agulhas, não vi corte. Só senti os trancos do médico tentando tirar o João Pedro. Foi aí que meu marido entrou na sala. Tinham esquecido de chamar ele e ele entrou exatamente na hora que o médico puxou meu bebêzinho gordo, enorme, roxo e inchado, às 23:59 do dia 02 de junho de 2015. Sim, 23:59. Foi inacreditável o que eu senti quando vi aquele bebezão, com aquela boca aberta enorme chorando. Hahaha
João Pedro nasceu com 52 cm e 3,935 kg - a ultrassom estava quase perfeita. Nasceu saudável, praticamente no tempo dele. E era lindo! O recém nascido mais lindo que eu já vi (eu sou a mãe, posso achar isso). Rapidinho levaram ele pra mim, me ensinaram a amamentar e ele aprendeu a mamar rapidinho. Era uma alegria tão enorme de ver aquele bebê olhando pra mim, que nem me lembrei que o parto não tinha sido como o planejado, que eu tinha pontos e cortes.
A cesárea não me tirou a emoção de ver meu filho saindo de mim, não me fez sentir mais dor do que o parto normal - nem durante, nem depois. A recuperação não foi rápida como seria no parto normal, mas no dia seguinte eu estava caminhando na maternidade. Sim, parecia que meus órgãos internos estavam todos soltos dentro de mim, e estavam mesmo, mas isso deve acontecer no parto normal também.
Enfim, esse é o relato do meu parto, lindo, pelo sus, o contrário do que eu queria e muito melhor do que eu esperava.